Saúde e esporte

Basquete em Cadeira de Rodas

Todo cadeirante é obrigado a fazer algum exercício físico para não ficar parado apenas na cadeira de rodas, uns como eu fazem fisioterapia, hidroterapia, ecoterapia, até mesmo academia. Mas você já pensou em praticar Basquete em Cadeira de Rodas?

Olhando alguns vídeos de partidas desse esporte fiquei imensamente empolgada com a pratica, decidi então pesquisar sobre ela para mostrar para você a história do BCD, veja a seguir:
Durante a II Guerra Mundial (em 1945) houve muitos soldados que sofreram traumas provocados pelos confrontos.

Muitos perdiam membros do seu corpo (pernas, braços), ficavam tempo encamados atrofiando seu músculos, e grande maioria perderam a capacidade de andar.

Foi aí então que o neurocirurgião Sir Ludwig Guttman indicou o esporte adaptado como medida terapêutica na reabilitação de lesados medulares.

Porém, o esporte foi uma forma tão alegre de melhorias físicas e psicológicas para os soldados lesados, que outros soldados com amputações, poliomielite, e pacientes com traumas não adquirido na guerra, começaram a participar também dessa atividade.

Não se sabe direito em qual data certa que começaram a usar o basquete como um exercício, apenas sabemos que o primeiro registro que se tem sobre o basquete, foi em um jornal americano que falava da primeira partida de Basquete em Cadeira de Rodas, que aconteceu em 6 de Dezembro de 1946.

Depois de doze anos (em 1958) o BCD (Basquete em Cadeira de Rodas) chegou ao Brasil por Sérgio Del Grande (paraplégico) e Robson, que viu lá nos Estados Unidos que o esporte funcionava mesmo assim decidiu trazer a prática para nosso país. Empolgado com o “exercício” Robson funda no Rio de Janeiro o Clube do Otimismo e Del Grande funda em São Paulo o Clube dos Paraplégicos em 28 de julho de 1958.

A partir dessa época, muitos outros clubes e entidades foram criadas por todo o Brasil, para estimular a prática desta modalidade por pessoas com deficiência.

CURIOSIDADES:
A modalidade é praticada por atletas de ambos os sexos que tenham alguma deficiência físico-motora
-Existe regras adaptadas da Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas
-As cadeiras são adaptadas e padronizadas, conforme previsto na regra
-A cada dois toques na cadeira, o jogador deve quicar, passar ou arremessar a bola
-As dimensões da quadra e a altura da cesta são as mesmas do basquete olímpico
-No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas (CBBC).

Depois de se tornar um cadeirante devido a um acidente, Ulisses Freitas de 31 anos encontrou no basquete a motivação da qual precisava. Com apoio da família e amigos, ele conseguiu quebrar as barreiras que estavam em seu caminho e começou a praticar o esporte. Veja o que ele diz sobre isso:

“…Hoje o basquete é prioridade, estou indo para minha primeira competição no Estado de Pernambuco o Regional do Nordeste que será entre os dias 19 a 23 de outubro deste ano, depois do basquete aprendi a gostar da minha querida cadeira de rodas, que é inseparável, pois como no jogo de basquete as cadeira são feita por medida, cada pessoa tem a sua, você tem que se conectar com ela, é como um “avatar”, para mim o esporte é a melhor maneira de inclusão social para os deficientes, hoje não tenho a mínima vergonha de sair de casa o que antes tinha muito, o basquete abriu as portas do mundo e quando falo para outras pessoas que não quero voltar a andar elas não acreditam, mas é a pura verdade pois sou uma pessoa feliz, mesmo com a dor da perda do Irmão querido sou feliz e cada vitória, cada gota de suor é dedicada a Ele, e sei que um dia quando nos encontrarmos ele irá dizer que fiz a coisa certa…”

Para Ulisses perceber que poderia também ser uma pessoa feliz não precisou apenas jogar Basquete, mas precisou acima de tudo dar o primeiro passo, foi a vontade dele que fez toda a diferença, não se deixou abater e não esperou a felicidade bater na sua porta, ele sozinho decidiu ir atras dela para ter certeza que ela (a felicidade) chegaria até ele. ´

E é assim que nós cadeirantes devemos encarar a vida, não baixar a cabeça nunca, não ficarmos acomodados, por que a vida acontece basta você quuerer viver também…

E para encerrar, deixo uma frase que Ulisses sitou:

“Limitações todos nós temos, deficiência esta na sua cabeça”

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